Clipping semanal do Observatório Internacional (19/25-09)

Numa das semanas mais conturbadas do ano, os acontecimentos mais destacados da semana ficaram por conta das fortes mobilizações na Catalunha pelo direito de decidir se a região se independentiza ou não da Espanha, a ascensão da extrema-direita e o fracasso do SPD nas eleições alemãs e a irrefreável escalada de insultos entre EUA, Coreia do Norte e Irã.

Nesta edição do Clipping semanal, o leitor também poderá se inteirar sobre o que aconteceu no referendo do Curdistão iraquiano, o desenrolar da crise no Mianmar, a antecipação da eleição parlamentar no Japão, a tentativa da quarta reeleição de Evo Morales na Bolívia, a possibilidade de indulto a Fujimori no Peru, a tática de Theresa May para prosseguir com o Brexit, a efervescência dos setores mais conservadores católicos com as posições mais arejadas de Papa Francisco, além do plano de Rafael Correa de retornar à vida pública equatoriana.

A segunda parte deste trabalho traz alguns links selecionados pelo Observatório Internacional a respeito da luta independentista na Catalunha, o balanço eleitoral na Alemanha, as terríveis consequências do terremoto no México, a discussão sobre a mudança climática e a situação dos países árabes após suas primaveras no começo da década.

A todos os nossos leitores semanais, uma excelente leitura!

Charles Rosa – Observatório Internacional




NOTÍCIAS INTERNACIONAIS

Referendo na Catalunha

BBC (25/09): “5 questões-chave para entender polêmico plebiscito sobre a independência na Catalunha”

A polícia da Espanha deteve esta semana 14 pessoas envolvidas com a organização de uma consulta popular sobre a independência da Catalunha, que está prevista para 1º de outubro, mas foi considerada ilegal pela justiça espanhola. Entre os detidos estão representantes do alto escalão do governo regional. Mobilizações sem precedentes levaram milhares de pessoas às ruas em Barcelona e em outras cidades da região contra a operação policial e em defesa do plebiscito. Os manifestantes exigem o direito de votar no plebiscito, que o governo central espanhol considera inconstitucional.”

LINK (em português): goo.gl/PwMAbQ

The Guardian (21/09): “Por que alguns catalães querem a independência e qual é a opinião da Espanha?”

O governo regional da Catalunha pretende celebrar um referendo em 1 de outubro. O governo espanhol prometeu deter a votação, que segundo ela é inconstitucional, e os dois governos – um em Madri, outro em Barcelona – estão agora em colisão”.

LINK (em inglês): goo.gl/THgEiZ

El Nacional.cat (24/09): “Puigdemont: O referendo será feito e o resultado será aplicado”

O presidente Carles Puigdemont assegurou numa entrevista que o referendo do 1 de outubro será celebrado, porque estão os elementos “necessários” para levá-lo adiante, e que o resultado será aplicado. Puigdemont insistiu que se o “sim” ganha, será proclamada a independência da Catalunha nos dias previstos na lei do referendo, e que a intervenção das finanças catalãs não poderão impedi-lo. ‘O que diz esta intervenção é que não se pode continuar como autonomia’, acrescentou.”

LINK (em castelhano): goo.gl/ymXZ6Z

Publico.es (23/09): “Juristas asseguram que os protestos na Catalunha não são ‘sedição’ e duvidam de que a Audiência seja competente”

Especialistas no Código Penal concordam que os protestos na Catalunha durante a operação policial lançada para evitar a realização do referendo de 1-O não podem ser descritos como “sedição”.”

LINK (em castelhano): goo.gl/cxZciw

El País (24/09): “Por que me fiz separatista?”

A sete dias do 1 de outubro, os pedidos de diálogo estão aumentando e é útil observar o independentismo catalão, saber o que eles pensam e como chegaram lá. O voto do independentismo no Parlamento Catalão em 2003 era apenas da Esquerda Republicana da Catalunha (ERC), que obteve 16,5%, seu melhor resultado, meio milhão de votos. Após o giro da CiU com Artur Mas e a entrada no Parlamento do CUP, o bloco atingiu 47,8% nas eleições regionais de 2012, uma porcentagem que permaneceu inalterada em 2015. O salto em menos de dez anos é de trinta pontos, até dois milhões de votos. Na consulta do 9-N de 2014, votou um terço do recenseamento e 1,8 milhões pelo “sim”. Centenas de milhares de catalães tornaram-se independentistas. Antes eram muito poucos, depois muitos se tornaram. Por quê? E quando? Estas são as perguntas respondidas por algumas delas.”

LINK (em castelhano): goo.gl/Vbuhx6

Eleições na Alemanha

Washington Post (24/09): “Eleições na Alemanha dão ao país um choque de realidade”, por Anne Applebaum

O resultado eleitoral completo é difícil de ser retratado com simplicidade, mas aqui vai: os Democrata-Cristãos de centro-direita – partido de Merkel – foram pior que antes e pior que o esperado. Os social-democratas de centro-esquerda seguiram o caminho da centro-esquerda em todo o continente e fizeram muito pior que antes e muito pior que o esperado. Os partidos menores, como os liberais, os Verdes e a extrema-esquerda, melhoraram. E a Aliança pela Alemanha (AfD), anti-imigração, a anti-União Europeia, anti-OTAN, obteve seu melhor resultado da história, ganhando 13,5 dos votos, como previsto”.

LINK (em inglês):goo.gl/r8GW1g

El Mundo (25/09): “A Alemanha mergulha na incerteza para formar governo”

Depois de uma campanha eleitoral entediante e resultados decepcionantes para os dois grandes partidos alemães, começa o espetáculo e é previsto que duro, entreatos incluídos, até o Natal. As conversas para a formação do Governo não começarão antes das eleições do próximo dia 15 de outubro no muito importante estado federado da Baixa Saxônia, e os possíveis companheiros de viagem da chanceler Angela Merkel querem ir à próxima legislatura com o cantil cheio. Inclusive seu sócio bávaro, a União Social-democrata (CSU), que ante o avanço da populista Alternativa para a Alemanha (AfD) exigiu a sua irmã maiores esforços para flanco direito”.

LINK (em inglês): goo.gl/iRHnQk

NY Times (25/09): “Alternativa para a Alemanha (AfD): Quem eles são? O que eles querem?”

Enquanto a chanceler Angela Merkel ganhava seu quarto mandato no domingo, quase 6 milhões de alemães – 12,6 por cento dos que votaram – escolheram em suas cédulas um partido populista que a denunciava: Alternativa para a Alemanha. Aqui está um guia para o partido de extrema-direita que poderia remodelar a política alemã.”

LINK (em inglês): goo.gl/QvNpdj

Tensões nucleares

Editorial do El País (24/09): “O mundo de Trump”

A deplorável escalada verbal entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o líder norte-coreano Kim Jong-un, para além de um intercâmbio de bravatas impróprio até mesmo em brigas de adolescentes, mostra até que ponto a concepção que o governante norte-americano tem das relações internacionais o incapacita para lidar com crises complexas que, mal conduzidas — como é o caso —, podem ter graves consequências.”

LINK (em português): goo.gl/8CaLpr

The Guardian (24/09): “Ministro de Relações Exteriores da Coreia do Norte: Trump declarou guerra ao nosso país”

A Coreia do Norte ameaçou derrubar bombardeiros dos EUA no espaço aéreo internacional, afirmando que, com um tweet de fim de semana, Donald Trump havia declarado guerra. O ministro das Relações Exteriores da Coreia do Norte, Ri Yong-ho, disse: “O mundo inteiro deve se lembrar claramente de que os EUA primeiro declararam guerra ao nosso país”. Ele se referiu em particular ao tweet de Trump no domingo que advertiu que os líderes do regime “não irão ficar por muito tempo “. Em seu primeiro discurso na ONU na terça-feira passada, Trump também advertiu que, se os EUA e seus aliados fossem atacados, ele “destruiria totalmente” a Coreia do Norte. Ri disse que a ONU e a comunidade internacional esperavam que a guerra de palavras entre os dois países não se transformasse em “ação real”.”

LINK (em inglês): goo.gl/z1vDT

BBC (23/09): “Irã desafia Trump e testa míssil de médio alcance”

O Irã informou que testou com sucesso um novo míssil de médio alcance, desafiando o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O lançamento do míssil Khoramshahr, que tem alcance de 2 mil km, foi mostrado na TV estatal. Não se sabe onde o teste foi realizado. Na última terça-feira, em discurso na Assembleia Geral da ONU, Trump havia criticado o programa de mísseis do Irã e o acordo nuclear das potências ocidentais com o país. Dias depois, na sexta-feira, o presidente iraniano Hassan Rouhani disse que o Irã continuaria a fortalecer seu poderio militar.”

LINK (em português): goo.gl/JQYVpu

Resistência ao Papa Francisco dentro da Igreja Católica

Editorial do The Guardian (25/09): “O papa é católico?”

Somente a igreja católica tem a combinação de burocracia e autoritarismo que torna tão difícil para o clero aprender com a experiência de seus rebanhos. A própria ideia de que a igreja deveria aprender com o mundo e não ensinar ultraje a alguns católicos. O desenvolvimento mais recente é a publicação de uma longa carta acusando o papa da heresia por suas crenças sobre o novo casamento, assinada por 62 clérigos conservadores, que parecem interessados ​​em refazer a Reforma 500 anos depois: eles também acusam Francisco de várias heresias luteranas incompreensíveis com a mente não treinada. Francisco vê a igreja como um hospital; seus inimigos a veem (como Lutero fez) como uma espécie de fortaleza contra erros e infiéis. O importante, porém, é que Francisco depois de anos de debate está ganhando o argumento. Existem 4.000 bispos na igreja mundial; apenas um, que tem 94 anos, assinou. Muitos católicos podem estar em desacordo com Francisco. Mas ninguém na hierarquia se atreve a ignorá-lo publicamente, pelo menos enquanto está vivo.”

LINK (em inglês): goo.gl/itd7MZ

Brexit

NY Times (22/09): “Theresa May tenta destravar Brexit em discurso em Florença”

Ao tentar acabar com um impasse nas negociações sobre a retirada do país da União Européia, a primeira-ministra Theresa May da Grã-Bretanha ofereceu na sexta-feira pagamentos substanciais ao bloco durante um período de transição de dois anos imediatamente após a saída do país. A intervenção há muito aguardada da Sra. May, durante um discurso em Florença, na Itália, estava sendo observada de perto em capitais no continente e em Londres, onde membros de seu gabinete foram divididos ferozmente sobre o tortuoso divórcio da Grã-Bretanha do bloco. O discurso teve como objetivo abrir o caminho para negociações sérias sobre o que é comumente conhecido como Brexit e para uma discussão mais ampla e mais produtiva sobre o relacionamento da Grã-Bretanha com o bloco. No entanto, ao oferecer algumas concessões destinadas a fazer isso, a Sra. May não deu uma nova visão sobre o tipo de vínculos que ela finalmente quer que a Grã-Bretanha tenha no bloco – uma questão que divide seu gabinete e seu Partido Conservador, ou Tory.”

LINK (em inglês): goo.gl/eVHFKW

The Independent (25/09): “Brexit: ‘Zero chance’ de a saída da UE deixar o Reino Unido melhor, afirma o prêmio Nobel de Economia Paul Krugman”

O economista Paul Krugman, já agraciado com o Prêmio Nobel, disse que há “zero possibilidades” de que o Brexit impulsione o comércio e afastou a hipótese de que a saída da UE deixe os britânicos numa melhor situação”.

LINK (em inglês): goo.gl/iFGnBk

Antecipação das eleições no Japão

Folha de SP (25/09): “Com oposição fragilizada, premiê do Japão anuncia eleições antecipadas”

O premiê japonês, Shinzo Abe, anunciou nesta segunda-feira (25) que convocará eleições parlamentares antecipadas para a câmara baixa do Parlamento do Japão, que detém poderes legislativos mais amplos. A eleição foi convocada para 22 de outubro. Abe anunciou que dissolverá a câmara baixa do Parlamento, formada por 475 legisladores, na quinta-feira (28), quando termina um recesso parlamentar de três meses. O apoio do eleitorado ao governo Abe começou a se recuperar depois que os ataques políticos contra ele devido a escândalos se dissiparam durante o recesso. Além disso, os partidos oposicionistas estão se reorganizando e parecem despreparados para uma eleição. Legisladores oposicionistas afirmaram que não existe motivo para realizar uma eleição agora.”

LINK (em português): goo.gl/WGprzM

Crise humanitária no Mianmar

El País (23/09): “Aung San Suu Kyi contra as cordas”, por Sami Nair

Depois do silêncio cúmplice com os militares sobre a expulsão dos rohingya, e depois dos massacres humanos que a junta ditatorial de Mianmar está perpetrando, a prêmio Nobel da Paz (1991) assegura agora que está preparada para organizar o ‘retorno’ das mais de 420 pessoas perseguidas e deslocadas para Bangladesh. Falou na quarta-feira passada na sede do Parlamento birmanês, respondendo, por um lado, à pressão da comunidade internacional e às críticas desatadas nas redes sociais contra sua atitude, e, por outro, empregando, sob vigilância dos militares, palavras cinzas, anódinas, muito medidas. Como pano de fundo, uma opinião pública em Mianmar muito enojada e incomodada com esta situação”.

LINK (em espanhol): goo.gl/onFkZT

Referendo no Curdistão iraquiano

BBC News (25/09): “Alta participação na votação pela independência”

“Um grande número de pessoas participaram de uma eleição histórica sobre a independência da região iraquiana do Curdistão, em meio a uma crescente oposição no país e no exterior. Os votos ainda estão sendo contados, com uma grande vitória para o “sim”, como esperado. Os curdos dizem que isso lhes dará um mandato para negociar a secessão, mas o governo do Iraque a denunciou como “inconstitucional”. Os vizinhos da Turquia e do Irã, que temem a agitação separatista em suas próprias minorias curdas, ameaçaram fechar as fronteiras e impor sanções às exportações de petróleo. O departamento de Estado dos EUA disse que estava “profundamente desapontado” de que a votação prosseguisse.”

LINK (em inglês): goo.gl/g6Gcr6

Eleições adiadas no Quênia

NY Times (20/09): “Corte do Quênia diz que anulou eleição por possível hackeamento”

A Corte Suprema do Quênia afirmou na quarta-feira (20/09) que havia anulado as eleições presidenciais do mês passado porque a votação poderia ser hackeada e acusou a comissão eleitoral de não verificar os resultados antes de anunciá-los. Entretanto, parou de qualificar a eleição como fraudulenta e rechaçou a afirmação da oposição de que o presidente Uhuru Kenyatta havia utilizado recursos estatais e influência indevida para alterar os resultados. A comissão havia declarado o sr. Kenyatta ganhador da eleição de 8 de agosto, com 54% das cédulas, a 44% para o líder da oposição, Raila Odinga, uma margem ao redor de 1,4 milhões de votos. Odinga desafiou o resultado, e disse que as duas últimas eleições haviam sido roubadas”.

LINK (em inglês): goo.gl/wmmufY

EUA colocam Venezuela em seu novo ‘Eixo do Mal’ e Canada aplica sanções a Maduro

BBC Mundo (20/09): “O novo eixo do mal? Por que Donald Trump pôs foco em seu discurso na ONU contra a Venezuela, Irã e Coreia do Norte?”

Quanto à Venezuela, Trump acusou o governo de Nicolás Maduro de haver estabelecido uma ‘ditadura socialista que tem causado uma dor terrível’ para seus cidadãos. ‘Os venezuelanos morrem de fome e seu país está colapsando. Suas instituições democráticas estão sendo destruídas. Esta situação é inaceitável e não podemos ficar parados e observar”, disse Trump, que na segunda-feira pela noite reuniu-se com os presidentes da Colômbia, Brasil e Panamá para falar sobre a Venezuela. O ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Jorge Arreaza, rechaçou as afirmações de Trump e disse que seu discurso na ONU parecia retroceder a mesma retórica da Guerra Fria. Assegurou que Venezuela vem construindo uma revolução democrática e constitucional que se baseia em processos eleitorais”.

LINK (em espanhol): goo.gl/pJ45Xz

Huffington Post Canadá (22/09): “O Canadá impõe sanções à Venezuela”

O governo canadense anunciou sanções financeiras contra o presidente venezuelano Nicolas Maduro e outros 39 pessoas “responsáveis pela deterioração da democracia” na Venezuela. As sanções “visam manter as pressões sobre o governo da Venezuela para que se restabeleça a ordem constitucional e o respeito aos direitos democráticos de seu povo” indicou o governo federal”.

LINK (em francês): goo.gl/SkRQko

Afastamento de juiz que investiga desaparecimento de Santiago Maldonado na Argentina

La Nación (22/09): “Substituem juiz Otranto que investiga o desaparecimento de Santiago Maldonado”

O Tribunal Federal de Apelações de Comodoro Rivadavia acatou a questão de separar o juiz Guido Otranto da investigação sobre o desaparecimento de Santiago Maldonado. Otranto será substituído pelo juiz federal de Rawson Gustavo Llerald. O magistrado, titular do tribunal federal 2 daquela localidade na Patagônia, trabalhará exclusivamente no caso de Maldonado nos próximos 60 dias.”

LINK (em espanhol): goo.gl/8imFXf

Possibilidade de indulto a Fujimori no Peru

El País (24/09): Indulto a Alberto Fujimori, a chantagem que bloqueia a política peruana

A trágica história recente do Peru, um país onde todos os ex-presidentes têm graves problemas na Justiça – dois deles na prisão e outro com pedido de captura internacional –, uniu dois homens da mesma idade, 79 anos. Pedro Pablo Kuczynski, o atual mandatário, e Alberto Fujimori, o autocrata que comandou o país entre 1990 e 2000 depois de um autogolpe em 1992. A história será muito dura com Fujimori, condenado a 25 anos de prisão por crimes de lesa-humanidade. Kuczynski ainda precisa decidir como constrói seu relato, e para isso é fundamental a decisão que deve tomar nos próximos dias: indultar ou não o idoso e doente ditador após 10 anos de prisão.”

LINK (em português): goo.gl/hXWnTH

El Universo (22/09): “Rafael Correa defende constituinte para que não se continue a ‘destruir o obtido’”

El ex-mandatário Rafael Correa, retirado temporalmente da política na Bélgica, está disposto a regressar ao Equador para impulsionar uma Assembleia Constituinte no meio da feroz luta que mantém com o presidente e ex-aliado Lenín Moreno. Convidado para dar uma conferência sobre educação em Bogotá, Correa tratou de “medíocre” e “traidor” a quem foi seu vice-presidente entre 2007 e 2013”.

LINK (em espanhol): goo.gl/wHdddE

Evo Morales apela à Justiça para tentar reeleição em 2019

Sputnik Mundo (21/09): “’Que o povo decida’: Evo Morales comenta sua candidatura de olho nas eleições de 2019”

O governante do Movimiento Al Socialismo (MAS) apresentou uma demanda ante o Tribunal Constitucional Plurinacional reivindicando o Pacto de San José sobre direitos humanos para facilitar uma nova postulação, sem limites, para presidente, vice-presidente, governadores, prefeitos e legisladores. “É um direito humano”, assinalou a respeito o chefe da bancada governista, David Ramos, em conferência de imprensa na Assembleia Legislativa. A Constituição boliviana admite a reeleição presidencial por apenas uma vez consecutiva. Nesse marco, o presidente boliviano destacou que seu partido e os movimento sociais que o seguem decidiram no ano passado quatro vias para conseguir sua habilitação como candidato em 2019”.

LINK (em português): goo.gl/92vhWq

ARTIGOS E DEBATES DA ESQUERDA MUNDIAL

Independência Catalã

Portal de la Izquierda (20/09): “Não à repressão e ao golpismo! Pelo direito de decidir do povo catalão!”, Nota do PSOL

O referendo é um direito democrático inalienável. Entretanto, o governo da direita espanhola decidiu impedi-lo e iniciou a repressão. Nesta quarta-feira (20/09), a guarda civil tentou entrar nas dependências da Generalitat – o Legislativo local – e prendeu 13 autoridades do governo catalão, violando a autonomia da Catalunha. O sistema de informática da Generalitat foi cortado. Mais de 40 viaturas policiais se concentraram ao redor de uma manifestação independentista para deter os presentes, bem como os partidos que impulsionam o referendo estão sob o risco de intervenção policial. Trata-se de um golpe de estado!”

LINK (em português): goo.gl/8fPdzK

Sin Permiso (24/09): “A rebelião catalã”, por Miguel Salas

Na disputa pelo relato dos acontecimentos, o PP e o poder do Estado tenta apresentar suas decisões como uma defesa da democracia e, mais ainda, como se estivessem defendendo as liberdades do conjunto dos espanhóis. A experiência destes dias demonstra que sua hipocrisia não tem limite. Suspensão de fato da autonomia catalã, controle econômico de suas finanças, que os mossos passem a ser dirigidos pelo Ministério do Interior, etc. Etc. Mas estas decisões não afetam somente a Catalunha, proibições de atos por quase toda a Espanha e a ridícula e antidemocrática decisão do parlamento de Zaragoza de não permitir o ato convocado por Unidos Podemos. Não se pode colocar portas no campo, os atos são convocados, com dificuldades mas eles são feitos, as concentrações se realizam, e o que cresce é o sentimento de que em torno do que sucede na Catalunha se jogam os direitos e as liberdades de todas e todos. Assim entenderam as milhares de pessoas que se concentraram nos mais de 80 atos que se desenvolveram por toda a Espanha”.

LINK (em espanhol): goo.gl/xXNa18

Sin Permiso (24/09): “’A monarquia é uma instituição inútil para solucionar problemas como o da Catalunha”, entrevista com Gerardo Pisarello

Considerávamos, e sigo pensando assim, que a estratégia da unilateralidade e desobediência institucional com um apoio parlamentar e social insuficiente é muito arriscado, pode levar a retrocessos importantes. É certo que não esperávamos que os membros do Govern chegassem até onde chegaram, sempre pensávamos que sua aposta, na realidade, não era pela ruptura. Conselheiros como Santi Vila, quem por certo se vangloria de que não se tenha suprimido concerto sanitário ou educativo, sempre foram reconhecidos autonomistas. Muitos membros do PDeCat tinham esta posição. A via unilateral sem suficiente força social atrás nos gerava dúvidas. Dito isso, quando aumentou a atitude repressiva do PP estivemos nas ruas denunciando isso e estes últimos dias de detenções provocou uma reviravolta massiva do espaço dos comuns, de pessoas que, inclusive, tinham resistência com o 1-O.”

LINK (em espanhol): goo.gl/1kBzNZ

Viento Sur (24/09): “Decidir é um direito”

O movimento soberanista e independentista catalão é um movimento pacífico, democrático e republicano com amplo apoio popular, que nasce da sociedade civil e se desloca para as organizações políticas e sociais. Boa parte deste movimento social demanda mudanças que favoreçam a população mais afetada pela crise. Por isso, é um aliado de todos os povos da Espanha e dos que lutam para mudar as políticas do PP e do governo Rajoy. Nos opomos e nos oporemos a qualquer tipo de repressão judicial ou policial que possa exercer o governo espanhol contra os que exerçam seus direitos democráticos e contra as/os representantes e instituições legitimamente eleitas pelo povo catalão”.

LINK (em espanhol): goo.gl/6bjtUV

Viento Sur (25/09): “Dias decisivos”, por Josep Maria Antentas

A intensificação das medidas repressivas e o tensionamento da situação política põe de manifesto uma vez mais a fraqueza da posição adotada por Podemos e Catalunya en Comú em relação ao 1-O, ao apoiá-lo como uma mobilização legítima mas sem reconhecê-lo como referendo ante a falta de garantias formais necessárias. Não tem sentido algum meter-se num debate apriorístico sobre só o 1-O carece ou não de garantias. Isso terá que ser visto se ao final chega a celebrar-se. A questão decisiva é compreender, como infelizmente não fizeram a Catalunya en Comú e Podemos, a necessidade de ir por todas, tanto se se pensa que é possível realizar um referendo contra a vontade do Estado como se se acredita que nestas condições não se irá mais longe do que uma mobilização. É o compromisso, por parte do Governo catalão e seus aliados políticos e sociais, em tentar realizar o 1-O seja como for o que desencadeou a atual crise política. É a determinação das partidárias do 1-O o que a intensifica. Decretar de antemão que o 1-O é uma mera mobilização e não por toda a carne no forno para que saia bem desativa de entrada seu potencial como elemento precipitante de uma crise política e institucional determinante. É por isso que as tibiezas da declaração do 1-O mostram não só dúvidas em relação ao projeto independentista mas uma perda de fôlego do perfil constituinte e de ruptura do Unidos Podemos e Catalunya em Comú. Dias decisivos, portanto. Dias de setembro que estremecem a sociedade catalã e espanhola. Dias de setembro aos que, sem dúvida, seguirão outros dias de outubro”.

LINK (em espanhol): goo.gl/CRsu8H

Eleições na Alemanha

Viento Sur (26/09): “Progressão da extrema-direita”, por Mauel Kellner

Na tarde seguinte a estas eleições, o candidato principal do SPD, Martin Schultz, declarou que seu partido rechaça continuar com a grande coalizão como sócio da CDU/CSU sob a antiga e provavelmente também nova chanceler Angela Merkel. Quer regenerar o SPD como partido de oposição, pondo acento nos temas de defesa dos valores democráticos e da justiça social. Se o SPD não volta atrás nesta decisão, a formação de uma coalizão de governo com a CDU/CSU como partido majoritário se anuncia difícil. Teoricamente a única possibilidade que resta é uma coalizão chamada ‘Jamaica’ com o FPD liberal de Christina Lindner e Os Verdes. Não será fácil. Por exemplo, em matéria de política climática, o FPD de Lindner só aceita o método do livre mercado. Ainda que nada esteja excluído – veremos isso nos primeiros meses -, os resultados das eleições ao Bundestag poderiam desembocar numa crise político-partidária que poderia levar a novas eleições antecipadas a nível federal. Para Die Linke, o desafio é enorme: levar um combate sem trégua de ações unitárias contra a extrema-direita, e apresentar ao mesmo tempo como a verdadeira oposição às políticas pró-capitalistas e neoliberais”.

LINK (em espanhol): goo.gl/Ro5EkM

Terremoto no México

Sin Permiso (21/09): “As consequências de dois terremotos em um Estado semi-falido”

A solidariedade é o milagre da vida. Como um manto gigantesco que se abriga no meio do colapso. Uma solidariedade que traz o melhor dos seres humanos, mesmo nesta cidade inóspita, esculpida pelo individualismo do consumo e pelos valores que carrega. É impossível não pensar que a única salvação possível nasce dessa ternura ainda praticada pelos povos e que nada pode ser revertido.”

LINK (em espanhol): goo.gl/w2ebXE

Gilbert Achcar sobre as revoluções árabes

Viento Sur (23/09): “Uma experiência fonte de esperança para o futuro”, entrevista com Gilbert Achcar

Não se deve perder a esperança enquanto exista o potencial que permite ter esperança. Como ateus, não acreditamos em milagres, nem nas intervenções divinas. O que resta, portanto, é uma questão de juízo sobre a potência de mudança. No que se refere ao mundo árabe, houve derrotas, certo, mas não a destruição dos movimentos de massas e das forças políticas progressistas que fizeram os levantes de 2011, como se pode falar em destruição do movimento operário alemão depois da chegada ao poder dos nazistas”.

LINK (em espanhol): goo.gl/oqLftF

Tortura nas cárceres sírias

Viento Sur (23/09): “O horror oculto das cárceres”, por Hannah Summers

Rima Mulla Othman foi presa e encarcerada na Síria depois de viajar a Damasco buscando tratamento médico para seu bebê enfermo. Na cela subterrânea onde foi torturada implorou aos guardas da segurança que levaram seu filho Omar, de três meses, ao hospital. Necessitava de atenção urgente, já que estava muito enfermo. Mas suas súplicas foram ignoradas e ambos passaram os dois anos e quatro meses seguintes atrás das grades”.

LINK (em espanhol): goo.gl/9iPEMG

Aquecimento Global

Rebelión.org (21/09): “Uma verdade incômoda: a mudança climática”, por Alberto Acosta

Chamar as coisas pelo seu nome nos obriga a superar conceitos fracos de conteúdo, como o do antropoceno, uma armadilha não casual. Vamos falar sobre o capitaloceno. Não negamos que a Humanidade provoca os tremendos desalinhamentos que a Terra vive hoje, mas o responsável não é qualquer Humanidade, é a Humanidade do capitalismo. Uma civilização que sufoca a vida dos humanos e da Natureza para alimentar o poder que conhecemos com o nome de capital. E nesse esforço para chamar as coisas da maneira como elas são, seria possível renomear os furacões monstruosos e os fenômenos extremos por seus nomes reais: Chevron-Texaco em vez de Irma, British Petroleum em vez de Harvey, Exxon em vez de Maria…”

LINK (em espanhol): goo.gl/ZxxsrP