No sábado (16/6), os representantes da Fundação Lauro Campos, Perseu Abramo, Maurício Grabois e Leonel Brizola-Alberto Pasqualini estiveram em Belém (PA) para realizar o debate “Os desafios da esquerda na Amazônia em defesa dos direitos do povo e pela soberania nacional” e lançar no Pará o manifesto “Unidade para Reconstruir o Brasil”, elaborado e assinado pelas fundações do PSOL, PT, PC do B e PDT. As fundações já realizaram atividades conjuntas para o debate sobre a unidade da esquerda em Brasília, Salvador, São Paulo e Curitiba. Outros encontramos, com a mesma temática serão realizados em outras cidades.
A representante da Fundação Lauro Campos, Lívia Duarte, fez uma homenagem em memória de Marielle Franco e destacou no início da fala a aprovação do aborto legal e seguro pela câmara de deputados da Argentina, como um exemplo de que a luta travada no país vizinho é um exemplo que pode ser repetido no Brasil. Sobre o manifesto, Lívia destacou o tipo de desenvolvimento que precisamos pensar para o nosso país. “Até que ponto essa fórmula atual de desenvolvimento nos serve? O que é progresso para nós? Altamira – cidade que serviu de base para a instalação da hidrelétrica de Belo Monte – foi até o ano passado o município mais violento do Brasil. Existe um diagnóstico de violência nessas áreas com grandes construções que não são dados atoa”, salienta.
Na continuação, Lívia destaca os rumos que precisamos tomar para um desenvolvimento sustentável e conjunto entre os partidos e os setores de unidade em torno do manifesto. “Precisamos pensar num projeto de futuro que nos caiba, que caiba nossa tez, que caiba nosso sangue, que caibam as nossas características. Precisamos de uma unidade além da resistência, a gente precisa pensar em pontos programáticos de unidade, pensar em objetivos futuros de dignidade e esperança para o povo. Precisamos avançar e, para avançar, precisamos estar juntos para uma pátria livre”, conclui.
Edval Bernardino Campos, representante da Fundação Maurício Grabois, destaca que “esse manifesto que nos congrega é um alento de possibilidade real de tirar o Brasil de uma encruzilhada, apontando para o progresso, para o desenvolvimento, para a redução das desigualdades regionais e sociais”.
Já Isabel dos Anjos, representante da Fundação Perseu Abramo, pontua que o manifesto surge em virtude do enfrentamento necessário e urgente à avalanche do capitalismo que temos vivido nos últimos tempos. “A crise iniciada em 2008 já é apontada por especialistas e pela realidade dura do nosso povo, como uma das piores crises do capitalismo. Essa crise tem possibilitado a hegemonia do capitalismo em todo o mundo e, especialmente, no Brasil, onde os índices de desigualdades são históricos. Quando estamos falando de avanço do neoliberalismo – ou seja, do capitalismo -, estamos falando de vida e morte das pessoas. Por isso, não temos dúvidas de que, juntos, podemos superar a crise que está posta nesse país e essa superação passa pelo diálogo e pela construção coletiva de todos nós”, encerra.
O jornalista Oswaldo Maneschy, representante da Fundação Leonel Brizola – Alberto Pasqualini, destacou a importância do manifesto para o futuro do nosso país. “Essa é uma proposta que junta todos nós em defesa do Brasil e da nossa soberania nacional. Tivemos um golpe, um golpe diferente, mas que precisamos reagir. O objetivo desse manifesto é tentar costurar uma proposta de governo, de país. Nós temos uma tarefa muito grande pela frente: a eleição. Disputar a eleição não vale a pena, nós precisamos é ganhar a eleição”, conclui.
Os lançamentos do manifesto têm sido exitosos em todos os estados, por expressar o desafio da unidade da esquerda necessária para o enfrentamento das consequências do golpe. Este sucesso foi o estímulo para a formulação de um novo documento empenhado em unificar parlamentares e pré-candidaturas proporcionais por todo o Brasil em torno de bandeiras comuns para a superação do golpe e avanço do desenvolvimento nacional. O desafio de uma frente parlamentar com estas características é algo inédito que prova a capacidade da esquerda dialogar em suas diferenças.