Em Florianópolis, capital de Santa Catarina, ocorreu nessa semana o lançamento do manifesto “Unidade para Reconstruir o Brasil”, na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (ALESC). Organizado pelas fundações ligadas aos partidos PSOL, PDT, PT e PC do B. O evento faz parte de uma série de lançamentos do manifesto que acontecem pelo Brasil, ratificando a proposição de medias conjuntas de um projeto de desenvolvimento nacional.
O representante da Fundação Lauro Campos, vereador Afrânio Boppré, ressaltou o papel fundamental que as fundações dos partidos estão tendo para a unidade do campo progressista brasileiro. “As fundações estão aproximando os partidos. O PSOL nasceu como partido de oposição. Agora, o que está acontecendo no Brasil impõe uma necessidade histórica. Quem não sabe contra quem luta, não pode vencer. E, aqui, nós precisamos afirmar que temos que nos esforçar para que se tenha uma unidade mínima. Sabemos que temos as nossas diferenças. Mas, nesse momento temos que ressaltar aquilo que nós temos de unidade”.
Afrânio ainda analisou a atual conjuntura da crise mundial, iniciada em 2008 nos Estados Unidos e se espalhou pelo mundo. “O neoliberalismo é politicamente vitorioso, mas economicamente um fracasso. Temos uma crise gigantesca por conta da reprodução do capital e o nosso campo político tem a obrigação de teorizar, de compreender que o está acontecendo. Teorizar as práticas e praticar as teorias. Para relembrar o velho Lenin: “não há teoria revolucionária sem prática revolucionária” e vice-versa”, conclui.
Já para o presidente da Fundação Leonel Brizola – Alberto Pasqualini, Manoel Dias, o momento nacional demanda um avanço na conscientização dos cidadãos e mobilização da militância. “O crescimento de opções fascistas é resultado do abandono da educação oferecida ao nosso povo. Nesse sentido relembro a destruição do projeto dos Cieps, criado por Leonel Brizola e Darcy Ribeiro. Seriam milhares de crianças e jovens salvos do crime organizado”. Comenta ainda que “a união do campo popular é a verdadeira arma contra a onda fascista que afeta o Brasil”.
Ideli Salvatti, representando a Fundação Perseu Abramo, ressalta que não estamos em “tempos fáceis” e que temos a frente um grande desafio. “Felizmente que para enfrenta-los, nós estamos buscando, através de algumas ações, articulações unitárias. Esse movimento das fundações dos partidos vem para nos dar a perspectiva de unidade para o enfrentamento, na construção de uma plataforma mínima para o diálogo para ações coletivas de atuação política”.
A representante da Fundação Maurício Grabóis, Ângela Albino, comenta o importante passo para a construção da unidade da esquerda. “Assim como a nossa base não entende como a gente se divide aqui no estado e no município, nós também vemos com muita apreensão que nós não consigamos estar juntos numa mesma candidatura. Torço que a construção nacional priorize o Brasil e não apenas os nossos partidos”.
Os lançamentos do manifesto têm sido exitosos em todos os estados, por expressar o desafio da unidade da esquerda necessária para o enfrentamento das consequências do golpe. Este sucesso foi o estímulo para a formulação de um novo documento empenhado em unificar parlamentares e pré-candidaturas proporcionais por todo o Brasil em torno de bandeiras comuns para a superação do golpe e avanço do desenvolvimento nacional. O desafio de uma frente parlamentar com estas características é algo inédito que prova a capacidade da esquerda dialogar em suas diferenças.