Colóquio Relações Internacionais e Marxismo

MarxTribune

Colóquio Relações Internacionais e Marxismo

8 e 9 de Junho de 2016*

UFRRJ/UFRJ

A corrente marxista ocupa uma posição marginal nos debates tradicionais sobre Relações Internacionais. Quando não ausente, aparece diluída em outros matizes de pensamento, incluída no campo residual das teorias críticas. O ensino introdutório das RI passa ao largo da explicação marxista, por vezes sob o argumento de falta de tempo para Marx finalizar seu estudo sistemático sobre a sociedade burguesa, notadamente quanto ao Estado e o mercado mundial. Esta visão, largamente esposada pela maioria das academias no Brasil e no mundo reluz, não apenas desconhecimento sobre o arcabouço teórico como esconde certa rejeição ao projeto político acoplado à teoria social marxiana. Ainda nos Grundrisse, Marx alude que a tendência de criar um mercado mundial é inerente ao próprio conceito de capital.

Este argumento ratifica o descompasso existente no estudo da área. Antes mesmo do marco temporal adotado, do pós-Primeira Guerra Mundial para o primeiro debate entre realismo e liberalismo, os estudos marxistas já manifestam sua preocupação e sua ênfase à temática internacional. As teorias clássicas do imperialismo, por exemplo, carregam um substrato teórico robusto e consistente. Isto se comprova por sua relevância para o pensamento e as lutas revolucionárias daquele período. A identificação das transformações no modo de produção capitalista, ocorridas a partir do último quartel do século XIX, confere aos teóricos do imperialismo, em que pesem as divergências significativas entre si, uma perspectiva que permite avaliar os fenômenos históricos para além da aparência, atingindo a essência do objeto de análise.

A expansão exponencial do modo de produção capitalista pelo mundo e a reorganização política pós-1945 permitiram o avanço nas reflexões teóricas e nas lutas revolucionárias, como atestam o surgimento de correntes de pensamento que rachavam o monolitismo do bloco anglo-saxão, como as teorias da dependência, e os movimentos de descolonização e de autodeterminação, sobretudo, na África e na Ásia. A emergência da periferia enquanto centro de resistência e de transformação marca as discussões sobre desenvolvimento e subdesenvolvimento, divisão internacional do trabalho, as leituras da formação histórica do sistema capitalista, até os atuais debates sobre globalização, empresas multinacionais, a natureza e papel do Estado no capitalismo, hegemonia, contra-hegemonia e o império americano, compondo o vasto horizonte marxista de pensamento sobre a esfera internacional, cedendo elementos para a construção desta área de conhecimento.

No Brasil, particularmente desde os anos 1970, há a participação ativa e direta de pesquisadores latino-americanos, com figuras de destaque na corrente marxista da Teoria da Dependência ou na Teoria do Sistema-Mundo. Contudo, essa influência não se materializou em uma assimilação mais sistemática e profunda na academia brasileira destas proposições. A relativa ausência da perspectiva marxista como paradigma legítimo de reflexão nas Relações Internacionais no Brasil enfraquece a capacidade de elaboração de alternativas para a atuação internacional de um país dependente, como o Brasil. Esta limitação é, ao mesmo tempo, causa e efeito de uma identificação da intelectualidade de Relações Internacionais e dos operadores de política externa brasileira com o centro hegemônico estadunidense, sua teoria e prática, sendo uma barreira à construção de uma nova identidade profundamente latino-americanista, terceiro-mundista e ligada às causas populares de todo o mundo.

A construção de um campo marxista nas Relações Internacionais no Brasil coloca-se hoje como necessidade. Com o objetivo de supri-la,  o Laboratório Interdisciplinar de Estudos em Relações Internacionais (LIERI), da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, e o Laboratório de Estudos sobre Hegemonia e Contra-hegemonia (LEHC), da Universidade Federal do Rio de Janeiro, organizam o colóquio “Relações Internacionais e Marxismo”.

O desenvolvimento do campo marxista pode impactar sobre a área no Brasil em múltiplos aspectos. Teoricamente, permitirá o aprofundamento dos debates, impondo um desafio aos paradigmas dominantes. Por suas características intrínsecas,  o marxismo enfatiza o aspecto histórico e a possibilidade de transformação das estruturas internacionais. Por romper com a compartimentalização do conhecimento, é a única abordagem capaz de confluir a Economia Política Internacional, as Teorias de Relações Internacionais e a Geopolítica. Ademais, o marxismo transcende o campo da teoria, tendo um papel político – o qual é indissociável do científico – e mesmo social:  a inclusão de perspectivas que emergem dos setores explorados e oprimidos. O marxismo vai além de outras correntes críticas, que apontam, corretamente, a inexistência de neutralidade axiológica nas Relações Internacionais. Ele assume organicamente um compromisso ao teórico e político com os oprimidos do mundo.

Este colóquio terá, como desafio, a construção de uma unidade na diversidade de concepções marxistas. Há elementos de convergência, tanto teóricos, como metodológicos e políticos. Ainda que existindo leituras distintas, há um conjunto conceitual que aproxima e estabelece pontos mínimos de contato, como a dependência, a hegemonia e o imperialismo. Neste sentido, ressalta-se a convergência do evento com o calendário internacional de comemorações dos cem anos de lançamento da obra seminal para as Relações Internacionais, O Imperialismo, etapa superior do capitalismo, de Vladimir Lênin e a menos de um ano do centenário da Revolução Russa.

Para a construção deste campo comum do marxismo nas Relações Internacionais brasileira, o evento se propõe a ser um espaço de reflexão duplo, tanto interno ao próprio marxismo, como crítico em relação aos outros paradigmas. No que diz respeito ao colóquio, serão organizados dois espaços distintos, mas complementares, de discussão sobre os temas e conceitos próprios que são parte do patrimônio teórico marxista (imperialismo, dependência, hegemonia, entre outros), e outro onde se exercerá o processo de análise crítica em temas centrais das Relações Internacionais (teoria, política externa, integração regional, entre outros).

Por fim, este evento se dará nos marcos não só da elaboração marxista, mas de uma perspectiva desde a periferia. Procurar-se-á contribuir para colocar em evidência o papel do antagonismo Centro-Periferia no âmbito global, nacional e local. Isso significa pensar as Relações Internacionais a partir das experiências da realidade periférica. Assim, este evento não poderia ser mais propício: ocorrerá num país da periférica América do Sul, parte do Sul Global, e terá como um dos seus organizadores uma universidade situada na periferia do Rio de Janeiro, a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, localizada em Seropédica.

CHAMADA PARA ARTIGOS

Um evento que pretende à construção de um campo teórico-político exige uma profundidade reflexiva, que se expressará não só nos dois dias do evento, mas na discussão e circulação prévia dos textos produzidos pelos participantes. Por isso, abrimos desde já a chamada para o envio dos resumos/abstracts e resumidos expandidos, com o prazo limite de 19 de fevereiro de 2016.

Os trabalhos poderão variar entre diferentes temas nos eixos Tópicos das Relações Internacionais sob o prisma marxista (incluindo-se entre estes, mas não os esgotando, a Teoria das Relações Internacionais, Política Externa Brasileira, Geopolítica e Integração Regional) e Análises marxistas da ordem mundial  (abordando conceitos e perspectivas da tradição marxista, como Imperialismo, Dependência, Sistema-Mundo, Hegemonia, Bolivarianismo, entre outros).

Os resumos/abstracts deverão contar com no máximo 200 palavras e os resumos expandidos com no máximo 1000 palavras.

Propostas deverão ser enviadas em formato word para o e-mail: rimarxismo@gmail.com

MEMBROS DO COMITÊ CIENTÍFICO E ORGANIZAÇÃO

Prof. Dra. Ana Saggioro Garcia (LIERI/UFRRJ)

Prof. Dra. Mayra Goulart da Silva (LIERI/UFRRJ)

Prof. Dr. Muniz Ferreira (LIERI/UFRRJ)

Prof. Dr. Luiz Felipe Osório (LIERI/UFRRJ)

Prof. Dr. Carlos Eduardo Martins (LEHC/UFRJ)

Prof. Me. Carlos Serrano Ferreira (LEHC/UFRJ)

Prof. Me. Miguel Borba de Sá (IRI/PUC-Rio)

Prof. Dr. João Márcio Mendes Pereira (Pós-graduação de História, UFRRJ)

Coloquio Relaciones Internacionales y el marxismo

8 y 9 de junio 2016*

UFRRJ/UFRJ

La corriente marxista ocupa una posición marginal en los debates tradicionales sobre Relaciones Internacionales. Cuando no está ausente, aparece diluida en otros matices de pensamiento, incluidos en el ámbito residual de teorías críticas. La enseñanza introductoria de RI pasa de largo de la explicación marxista, a veces con el argumento de la falta de tiempo de Marx para finalizar su estudio sistemático de la sociedad burguesa, especialmente con respecto a el Estado y el mercado mundial. Este punto de vista, ampliamente abrazado por la mayoría de las academias en Brasil y en el mundo, brilla no sólo la ignorancia del marco teórico bien como oculta cierto rechazo al proyecto político unido a la teoría social marxista. Ya en los Grundrisse, Marx se refirió a la tendencia a la creación de un mercado mundial como inherente al concepto mismo de capital.

Este argumento confirma el descompás existente en el estudio de la área. Aún antes del marco temporal adoptado, el post-Primera Guerra Mundial para el primer debate entre el realismo y el liberalismo, los estudios marxistas han manifestado su preocupación y su énfasis en la temática internacional. Las teorías clásicas del imperialismo, por ejemplo, tienen una sólida y consistente base teórica. Esto queda demostrado por su relevancia para el pensamiento y las luchas revolucionarias de la época. La identificación de los cambios en el modo de producción capitalista, a partir del último cuarto del siglo XIX, da a los teóricos del imperialismo, a pesar de las diferencias significativas entre ellos, una perspectiva que permite evaluar los fenómenos históricos más allá de la apariencia, de llegar a la esencia del objeto de análisis.

La expansión exponencial del modo capitalista de producción en todo el mundo y la reorganización política posterior a 1945 permitió el avance en las reflexiones teóricas y las luchas revolucionarias, como lo demuestra la aparición de corrientes de pensamiento que dividen el bloque monolítico anglosajón, como las teorías de la dependencia, y los movimientos de descolonización y autodeterminación, especialmente en África y Asia. El surgimiento de la periferia como centro de resistencia y transformación marca las discusiones sobre el desarrollo y el subdesarrollo, división internacional del trabajo, las lecturas de la formación histórica del sistema capitalista, hasta los debates actuales sobre la globalización, las empresas multinacionales, la naturaleza y el papel del Estado en el capitalismo, hegemonía y contrahegemonía y el imperio estadounidense, que componen el vasto horizonte del pensamiento marxista en el ámbito internacional, dando elementos para la construcción de esta área de conocimiento.

En Brasil, en particular desde la década de 1970, hubo la participación activa y directa de los investigadores de América Latina, con figuras principales en la corriente marxista de la Teoría de la Dependencia y en la Teoría del Sistema-Mundo. Sin embargo, esta influencia no se materializa en una asimilación más sistemática y profunda de estas proposiciones en la Academia Brasileña. La relativa ausencia de la perspectiva marxista como paradigma legítimo de pensamiento en Relaciones Internacionales en Brasil socava el desarrollo de alternativas para las actividades internacionales de un país dependiente como Brasil. Esta limitación es, al mismo tiempo, causa y efecto de una identificación de la intelectualidad de Relaciones Internacionales y de los operadores de la política exterior de Brasil con el centro de la hegemonía de Estados Unidos, su teoría y práctica, siendo una barrera para la construcción de una nueva identidad profundamente latinoamericanista, tercermundista y vinculada a las causas populares de todo el mundo.

La construcción de un campo marxista en Relaciones Internacionales en Brasil sobresale hoy como una necesidad. Para desarrollarlo, el Laboratorio Interdisciplinario de Estudios en Relaciones Internacionales (LIERI), de la Universidad Federal Rural de Río de Janeiro, y el Laboratorio de Investigación en Hegemonía y Contrahegemonía (LEHC), de la Universidad Federal de Río de Janeiro, organizan el Coloquio “Relaciones Internacionales y el marxismo”.

El desarrollo del campo marxista puede impactar en el área en Brasil en muchos aspectos. En el campo teórico permitirá la profundización de los debates, poniendo un desafío a los paradigmas dominantes. Por sus características inherentes el marxismo enfatiza el aspecto histórico y la posibilidad de transformación de las estructuras internacionales. Al romper con la compartimentación del conocimiento, es el único método capaz de confluir la Economía Política Internacional, las Teorías de las Relaciones Internacionales y la Geopolítica. Por otra parte, el marxismo trasciende el ámbito de la teoría, tiene un rol político – que es inseparable del científico – e incluso social: la inclusión de perspectivas que surgen de los sectores explotados y oprimidos. El marxismo va más allá de otras corrientes críticas, que señalan, con razón, la falta de neutralidad axiológica en Relaciones Internacionales. El marxismo hace orgánicamente un compromiso  teórico y político con los oprimidos del mundo.

Este coloquio tendrá el desafío de construir una unidad en la diversidad de las concepciones marxistas. Existen elementos de convergencia, tanto teóricos, como metodológicos y políticos. Aunque existan diferentes lecturas hay un conjunto de conceptos que aglutina y establece puntos mínimos de contacto, como la dependencia, la hegemonía y el imperialismo. En este sentido, se enfatiza la convergencia del evento con el calendario internacional de las celebraciones de los cien años de lanzamiento de la obra seminal para las Relaciones Internacionales, El imperialismo, fase superior del capitalismo, de Vladimir Lenin, y menos que un año del centenario de la revolución rusa.

Para la construcción de este campo común del marxismo en las relaciones internacionales de Brasil, el evento pretende ser un espacio de doble reflexión, tanto interna para el propio marxismo, como crítica de los otros paradigmas. En el coloquio se organizarán dos espacios diferenciados, pero  complementarios de discusión, uno acerca de los temas y conceptos que forman parte de la herencia teórica marxista (el imperialismo, la dependencia, la hegemonía, etc.), y otro en el que se ejercerá un proceso de análisis crítico sobre temas centrales de Relaciones Internacionales (teoría, la política exterior, la integración regional, etc.).

Por último, este evento se llevará a cabo en el marco no sólo del desarrollo marxista, sino de una perspectiva desde la periferia. Se tratará de contribuir a sacar a la luz el papel del antagonismo centro-periferia a nivel mundial, nacional y local. Esto significa pensar las Relaciones Internacionales desde las experiencias de la realidad periférica. Por lo tanto, este evento no podría ser más propicio: ocurrirá en un país del periférico América del Sur, parte del Sur Global, y tendrá como uno de sus organizadores una universidad situada en la periferia de Río de Janeiro, la Universidad Federal Rural de Río de Janeiro, ubicada en Seropédica.

CONVOCATORIA DE PONENCIAS

Un evento que tiene como objetivo construir un campo teórico y político requiere una profundidad reflexiva, que se expresa no sólo en el evento de dos días, pero la discusión previa y la circulación de los textos producidos por los participantes. Así pues abrimos desde ya la convocatoria para la presentación de resúmenes/abstracts y resúmenes extendidos, con la fecha límite del 19 de febrero.

Los artículos pueden variar entre los diferentes temas en los ejes Tópicos de Relaciones Internacionales bajo el prisma marxista (incluyendo la teoría de las Relaciones Internacionales, la política exterior brasileña, Geopolítica e Integración Regional, etc.) y Análisis marxistas del orden mundial (abordando conceptos y perspectivas de la tradición marxista, como el imperialismo, la dependencia, el sistema-mundo, hegemonía y el bolivarianismo, entre otros).

Resúmenes / abstracts deben contar con un máximo de 200 palabras y los resúmenes extendidos de no más de 1000 palabras.

Las propuestas deben ser enviadas en formato Word a la dirección de mail: rimarxismo@gmail.com

MIEMBROS DEL COMITÉ CIENTÍFICO Y ORGANIZACIÓN

Prof. Dra. Ana Saggioro Garcia (LIERI/UFRRJ)

Prof. Dra. Mayra Goulart da Silva (LIERI/UFRRJ)

Prof. Dr. MunizFerreira (LIERI/UFRRJ)

Prof. Dr. Luiz Felipe Osório (LIERI/UFRRJ)

Prof. Dr. Carlos Eduardo Martins (LEHC/UFRJ)

Prof. Me. Carlos Serrano Ferreira (LEHC/UFRJ)

Prof. Me. Miguel Borba de Sá (IRI/PUC-Rio)

Prof. Dr. João Márcio Mendes Pereira (Pós-graduação de História, UFRRJ)

Colloquium International Relations and Marxism

June 8th and 9th, 2016*

UFFRJ/UFRJ

The Marxist strand occupies a marginal position on traditional debates about International Relations (IR). When it is not absent, it appears diluted into other currents of thought, placed on the residual camp of critical theories. Nevertheless, since the beginning of IR as an academic discipline, at the post-First World War period, Marxist studies (and revolutionary struggles of the time) turned to international themes as, for instance, the classical theories of imperialism. At the post-1945 world, theoretical reflections and struggles evolved to beyond Europe, with dependency theories in Latin America, as well as decolonization and self-determination movements, above all, in Africa and Asia. The emergence of the periphery as a hub of resistance and transformation marked early discussions on development and underdevelopment, international division of labour, readings of the historical formation of the capitalist system, all the way until current debates around globalization, multinational companies, the nature and role of the State within capitalism, hegemony, counter-hegemony and the American empire. All this composes the vast Marxist horizon of thinking about the international sphere, forming the elements of this knowledge-area.

Since the 1970’s, Latin-American and Brazilian scholarsbecame distinguished figures within the Marxist strand of dependency theory, as well as in World-Systems theory. However, this did not let to a deeper and more systematic assimilation of those theories’ propositions by the Brazilian academy. The absence of the Marxist perspective as a legitimate paradigm in IR weakens the capacity of elaboration of alternatives to the international behaviour of a dependent country, such as Brazil. This limitation is, at the same time, cause and effect of an identification of IR scholarship and foreign policy markers with the North-American hegemonic core, its theory and practice, constituting a barrier to the construction of a new and profoundly Latin-American, third-worldist identity connected with popular causes from around the world.

The development of a Marxist camp has the potential to impact on the area of IR in Brazil in multiple ways. Because of its intrinsic characteristics, Marxism emphasizes the historical aspect and the possibility of the transformation of international structures. Due to its refusal of compartmentalization of knowledge, it is able to gather International Political Economy, International Relations theory and Geopolitics. Furthermore, Marxism transcends the fields of pure theory, assuming a political role that is inseparable from the scientific one: the inclusion of perspectives that emerge from exploited and oppressed sectors. Marxism goes beyond other critical currents, which point, correctly, to the inexistence of axiological neutrality in IR. It assumes organically a political and theoretical compromise with the oppressed of the earth.

The building of a Marxist camp within the Brazilian IR community presents itself, today, as a necessity. With the aim of fulfilling it, the Interdisciplinary Laboratory of International Studies (LIERI, in Portuguese) from the Federal Rural University of Rio de Janeiro (UFRRJ), together with the Laboratory of Studies on Hegemony and Counter-Hegemony (LEHC), from Rio de Janeiro’s Federal University (UFRJ), decided to organise the colloquium “International Relations and Marxism”.

This colloquium will have, as a challenge, the construction of unity amidst the diversity of Marxist conceptions. There are elements of convergence, theoretical and methodological, as well as political. Even if diverse interpretations exist, there is a conceptual apparatus that brings them closer to oneanother, establishing minimal points of contact, such as dependency, hegemony and imperialism. In this sense, it is worth noticing that the event coincides with the international calendar of commemorations of the hundred years of the publishing of a seminal work for IR, Vladimir Lenin’s Imperialism, superior stage of capitalism(1916), as well as one year before the centennial anniversary of the Russian Revolution.

CALL FOR PAPERS

An event that wishes to construct a political-theoretical camp demands a capacity to deepen reflections, that will be expressed not only during the two days of event, but also previously, during the circulation and discussion of the texts submitted by participants. In order to achieve that, we now open the call for the submission of abstracts and expanded abstracts, which will be finished at  _______ 2016.

The works will be allowed to vary amongst different themes on the axes Topics of International Relations from a Marxist Prism (including among them, but not exhausting, IR theory, Brazilian Foreign Policy analysis, Geopolitics and Regional Integration) and Marxist Analyses of World Order (encompassing concepts and perspectives from the Marxist perspective, such as Imperialism, Dependency, World-System, Hegemony, Bolivarianism, among others).

Abstracts should limit themselves to the maximum of 200 words and expanded abstracts to the maximum of 1000 words.

Proposals must be sent in Microsoft Word format (.doc) to the following e-mail: rimarxismo@gmail.com
MEMBERS OF THE SCIETIFIC COMMITTEE

Prof. Dra. Ana Saggioro Garcia (LIERI/UFRRJ)

Prof. Dra. Mayra Goulart da Silva (LIERI/UFRRJ)

Prof. Dr. MunizFerreira (LIERI/UFRRJ)

Prof. Dr. Luiz Felipe Osório (LIERI/UFRRJ)

Prof. Dr. Carlos Eduardo Martins (LEHC/UFRJ)

Prof. Me. Carlos Serrano Ferreira (LEHC/UFRJ)

Prof. Me. Miguel Borba de Sá (IRI/PUC-Rio)

Prof. Dr. João Márcio Mendes Pereira (Pós-graduação de História, UFRRJ)

* A data do evento poderá ser alterada para o segundo semestre em caso de atraso no repasse de recursos da Faperj.
* La fecha del evento se puede cambiar para la segunda mitad en el caso de transmisión tardía de los fondos por parte de la Faperj.
*The dates of the event can be postponed to the second semester in case of delay in the disbursement of resources from FAPERJ.