Pois é, camaradas. Passo a passo, vamos consolidando a publicação oficial da Fundação Lauro Campos, a revista ‘Socialismo e Liberdade’, com o lançamento deste segundo número (terceiro, de fato, se consideramos o experimental, editado por ocasião do Fórum Social Mundial). E vamos consolidando-a em um momento especial – mês de realização do nosso II Congresso Nacional -, nosso encontro maior, evento destinado à reflexão e deliberação sobre balanço e passos futuros de nosso partido.
Pelos autores e pelos temas abordados, todos poderão sentir que nossa preocupação maior foi exatamente apresentar uma publicação correspondente ao clima que toda a militância estará vivendo: uma publicação que servisse de instrumento realmente eficaz para a consolidação teórica de propostas que venham resultar dos debates certamente muito intensos que o Congresso abrigará.
Nossas tarefas não serão fáceis. A conjuntura opera contra nós, na medida em que a combate parlamentar da direita reacionária – voltado apenas para a conquista do aparelho do Estado, mas mantendo as linhas-mestras da administração lulista – dão ao PT espaços para se afirmar como esquerda viável, até para amplos setores interessados numa transformação qualitativa da realidade político-social brasileira. A falsidade ideológica se consolida em função do apoio irrestrito que os segmentos hegemônicos do grande capital – sistema financeiro, agronegócio e exportadores de matérias-primas – não negam a Lula, na contrapartida de todos os privilégios tributários que lhes são concedidos. Por cima disso, há o efeito devastador do assistencialismo bolsista, a bica de favela dos tempos atuais. Assistencialismo que não torna menos miseráveis as camadas mais desassistidas da população, mas que lhes sacia a necessidade imediata de sobrevivência. O que torna mais fácil, para as burocracias da CUT e da UNE, mergulharem na “corajosa” omissão de mobilizações do mundo do trabalho contra a ordem estabelecida.
É neste contexto que nos tornamos necessários, mesmo que a grande mídia tudo faça para nos ocultar. É neste contexto que a produção de pensamento alternativo se torna obrigatória para a prática política da esquerda que não foi cooptada nem se corrompeu.
Do artigo de Leandro Konder, tratando da importância da teoria na elaboração política de um partido voltado para o objetivo estratégico do socialismo , aos quadrinhos de Maringoni, retratando o comportamento de Marinho Mesquita, o cidadão senso-comum, dominado e alienado pelo que lhe impõe a visão conservadora da grande mídia, nosso leitor tem múltiplas oportunidades de se inteirar, direta e indiretamente, de alguns dos grandes clássicos do pensamento revolucionário.
Marx, Lênin, Trotsky, Rosa de Luxemburgo, Gramsci, Mariátegui circulam pelas páginas, tanto por textos próprios quanto pelas análises abalizadas e consistentes de José Paulo Neto, Atílio Boron, Ricardo Antunes, Silvia Santos, Jefferson Moura e Leila Escorsim.
Mas não ficamos nos clássicos, embora clássico seja tudo que Plínio Arruda Sampaio produza sobre política agrária e revolução. Há ainda aportes essenciais de nosso senador José Nery, tratando da grilagem e privatização das terras públicas da Amazônia; de Robério Paulino, sobre a forma privilegiada como o governo Obama premiou o grande capital após todas as ilegalidades em que sua ação predatória se manifestou na busca do lucro pantagruélico; e de Luiz Araujo, sempre inovador na discussão sobre politica educacional.
Fica para o fim o agradecimento especial a dois, sempre presentes, combatentes do nosso partido, sem os quais não seria possível produzir este número de ‘Socialismo e Liberdade’ – Sérgio Granja, o eficiente editor do portal da Fundação Lauro Campos, que cuidou da organização dos textos, e Jackson Anastácio, fotógrafo e artista plástico, responsável não só pela criativa capa como também por toda a diagramação da revista, numa exemplar ação militante.
Que o Congresso do PSOL resulte em passos profícuos no nosso futuro de lutas.
Milton Temer
Presidente da Fundação Lauro Campos
SOCIALISMO E LIBERDADE Ano I | N° 02 | Agosto de 2009 | ISSN 1984 4700
Uma publicação da Fundação Lauro Campos
Av. Rio Branco, 185/1525 – Centro – Rio de Janeiro – RJ – CEP: 20040-007 – Tel.: (21) 2215-2491
Edição Milton Temer | Sérgio Granja Jornalista responsável Milton Temer (MTb 26134/70)
Projeto gráfico Fernando Braga Capa Diagramação Jackson Anastacio
Produção Silvia Mundstock Impressão LWC Editora e Gráfica Tiragem 2000
Questões teóricas
Teoria para o PSOL
Leandro Konder
O déficit da esquerda é organizacional
José Paulo Neto
Atualidade do “Que fazer?” de Lenine
Atilio A. Boron
Revival de Vladimir?
Ricardo Antunes
Os novos movimentos de classe e a atualidade do sujeito coletivo
Jefferson Moura
Lênin, Trotsky, Gramsci e a revolução latino-americana no século XXI
Silvia Santos
Mariátegui
Leila Escorsim
Economia
A quebra da GM, a opção de Obama e o fim de uma era
Robério Paulino
Questão agrária
Situação da luta de classes no campo e formas de avançar a reforma agrária
Plínio de Arruda Sampaio
Legalização da grilagem e privatização de terras públicas na Amazônia
José Nery
Educação
Na essência, mais do mesmo
Luiz Araújo
Quadrinhos
Marinho Mesquita
Maringoni
Documentos
Marx e Lenin segundo o jovem Gramsci
Antonio Gramsci
A revolução russa
Rosa Luxemburgo
As revistas estão disponíveis nos diretórios do PSol ou na sede da